Neste texto, você conhecerá melhor nossa perspectiva e nossa proposta para o programa de Supervisão Clínica Integral, pensado especialmente para profissionais recém-formados que estão atuando ou desejam atuar com psicoterapia.
A supervisão clínica é um elemento crucial na formação e desenvolvimento de psicoterapeutas, por constituir um espaço em que trocas entre profissionais, mediadas por um supervisor, qualificam o trabalho clínico dos envolvidos. É uma atividade de aprendizado e formação contínua. Tradicionalmente, a maioria dos grupos de supervisão se concentra em uma abordagem psicoterapêutica específica, focando nos aspectos teóricos e conceituais, a partir dos quais se busca aprimorar a compreensão do/a profissional a respeito de seus clientes.
Enquanto tais elementos são importantes na qualificação profissional, estudos comparativos constatam que, no sucesso da psicoterapia, a abordagem e as técnicas utilizadas não são mais importantes que qualidades do terapeuta, como sua capacidade de ter empatia, acolher calorosamente o outro e compreender seus sentimentos e conflitos. O Dr. Bruce Wampold é um dos pesquisadores que se debruça sobre questões como essa, e se você quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos fortemente esta palestra (em inglês).
Os chamados fatores comuns da psicoterapia, elementos que tendem a favorecer mais ou menos o sucesso do processo psicoterapêutico, são estudados desde o final da década de 1950. Carl Rogers e autores contemporâneos da psicoterapia se dedicaram bastante a compreender quais elementos da conduta do terapeuta são importantes à terapia e ao/à cliente. Estes aspectos da psicoterapia são estudados até hoje, principalmente nos Estados Unidos, mas parecem não ser priorizados nas graduações e em outros espaços de formação profissional.
Quanto mais a experiência cresce neste campo [da clínica psicológica], mais a importância da personalidade do terapeuta parece impor-se sobre sua formação profissional. — Marian Kinget (1959)
Muitas das inseguranças e dúvidas de psicoterapeutas (principalmente recém-graduados, mas não só) não possuem relação com as técnicas aplicadas, mas com o manejo da relação com seus clientes e com o olhar que lançam ao sofrimento alheio. Com isso em mente, nós da Kairós Psicologia estamos propondo um tipo de supervisão diferente e, a nosso ver, igualmente pertinente à qualificação clínica.
Nossa proposta de Supervisão Clínica Integral se concentra nos elementos práticos da relação profissional com o outro: a maneira como o profissional ouve o discurso de seu cliente, como maneja as situações, que tipo de intervenções realiza e que ética adota para o cuidado em psicoterapia. Acreditamos que esta abordagem à supervisão pode trazer diversas vantagens, especialmente para profissionais recém-formados, dentre elas:
Desenvolvimento de habilidades interpessoais: A supervisão focada na relação terapêutica pode ajudar os profissionais a aprimorar suas habilidades de escuta e empatia, fundamentais para a prática da psicoterapia. Comunicar-se com seu cliente de forma acolhedora e assertiva são características que qualificam seu trabalho e favorecem o processo terapêutico.
Aumento da confiança: Ao receber feedback e orientação sobre o manejo de situações terapêuticas, profissionais recém-formados podem se sentir mais confiantes em sua prática, percebendo maior segurança no atendimento a demandas diversas. A confiança e a competência do/a profissional são características facilmente perceptíveis pelos clientes, e estão entre os fatores que interferem significativamente no sucesso do processo terapêutico.
Reflexões éticas: A supervisão proporciona um espaço para reflexão e discussão sobre questões éticas na prática da psicoterapia. Aqui não estamos nos referindo somente à ética prevista pelo nosso conselho de classe, mas uma perspectiva mais ampla que envolve nossa escuta e nossos procedimentos no cuidado com o outro, o que se deseja do processo e como este é conduzido, por exemplo.
Pluralidade de perspectivas: Em um coletivo coordenado com profissionais com diferentes experiências e preferências teóricas, temos a oportunidade de ampliar nosso olhar a partir de contribuições plurais e distintas, que tendem a produzir um enriquecimento mútuo em termos de repertório clínico.
Além disso, esta proposta de supervisão também visa auxiliar psicólogos e psicólogas em questões práticas da atuação profissional, como precificação, organização financeira, gestão de agenda e marketing. As temáticas e metodologias são pensadas a partir das necessidades de cada grupo de supervisão.
Mais abaixo neste artigo você encontrará mais informações sobre a frequência e a duração dos encontros, bem como o preço desta modalidade de supervisão. Também deixamos algumas informações sobre a trajetória do supervisor Lucas Delfin (CRP 06/129780).
Convidamos tanto profissionais recém-formados, que podem estar se sentindo inseguros ou ansiosos em relação ao trabalho, quanto profissionais mais experientes, que desejam refinar suas habilidades e ampliar suas perspectivas clínicas, a se juntarem a nós nesta jornada de aprendizado e crescimento. Se esta modalidade de supervisão faz sentido para você, entre em contato via WhatsApp.
Frequência, duração e preço
Os encontros de Supervisão Clínica Integral ocorrem a cada duas semanas, com duração de duas horas, e são realizados por Google Meet. Os grupos montados têm entre 3 e 5 participantes. A participação na supervisão custa R$200 por pessoa por mês.
Sobre o supervisor
Me formei em Psicologia na Universidade Federal de São Paulo no final de 2015. Embora tenha ingressado na graduação com uma inclinação inicial para a neuropsicologia, ao longo do curso meu interesse foi na direção da psicanálise e da Psicologia Social.
Após formado, cheguei a clinicar por um curto período de tempo antes de ingressar no serviço público, tendo passado cerca de 8 anos trabalhando na assistência social e na educação em diferentes prefeituras do estado de SP.
Retomei o consultório particular no início de 2021. A prática clínica, aliada à minha experiência na assistência social, levaram meu interesse para a esquizoanálise. Por semelhanças e complementariedades com a esquizoanálise, desde 2023 tenho mergulhado progressivamente na Psicologia Humanista, sobretudo na Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) de Carl Rogers.
Meu trânsito e interesse por áreas diversas da Psicologia me levam a adotar uma postura aberta e curiosa em relação a perspectivas distintas da atuação profissional, o que entendo que favorece um olhar mais abrangente e complexo em meu trabalho, tanto na clínica particular como no atendimento a crianças, adolescentes e famílias no serviço público.
Já a questão da supervisão aparece em diversos momentos de minha trajetória. Quando trabalhei em um Serviço de Acolhimento Institucional de Crianças e Adolescentes, a supervisão dos cuidadores era tida por mim como o espaço mais potente junto com as assembleias, já que era uma oportunidade de acolher as dificuldades rotineiras da equipe e poder, a partir delas, extrair aprendizados e criar intervenções direcionadas aos problemas trazidos.
Na política de educação de Itanhaém (SP), adotei abordagem semelhante ao supervisionar o trabalho de uma equipe de quinze orientadores educacionais que buscavam auxiliar estudantes em questões de saúde mental.
No período em que atuei como psicólogo em um CRAS pela Prefeitura de Diadema, tive a oportunidade de supervisionar três estagiárias de Psicologia, uma experiência que foi muito especial para mim por eu ter podido contribuir com a formação destas agora colegas de profissão, e também porque, ao ocupar este lugar de supervisor, também sou levado a refletir sobre a prática e, assim, também aprendo.
Entendo que supervisionar outros profissionais, sobretudo recém-formados, auxiliando-os a estabelecer sua prática clínica de forma segura, organizada e coerente, é um compromisso ético com nossa profissão e com as pessoas que são atendidas por nós.
Por essas experiências, enxergo espaços de supervisão como ambientes privilegiados à reflexão e ao aprimoramento da prática profissional em diversos níveis.
A nível acadêmico, sou especialista em Psicologia Social pelo Conselho Federal de Psicologia, especialista em Semiótica e Análise do Discurso pela FAMEESP e especialista em Psicologia Humanista com Abordagem Centrada na Pessoa pela Unyleya.
Se esta proposta de supervisão fez sentido para você, para sua prática e para seus interesses profissionais, entre em contato por WhatsApp!