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Foto do escritorLucas Delfin

Como atravessar uma crise


Qual caminho seguir?

Viver uma crise pode ser uma experiência desafiadora e, muitas vezes, desconfortável. Seja uma crise profissional, de relacionamento ou até mesmo uma crise existencial, esses momentos turbulentos podem abalar nossas estruturas e nos levar a questionar o rumo de nossas vidas. No entanto, convidamos você a adotar um outro olhar sobre as crises, enxergando-as como oportunidades de transformação e crescimento pessoal. Preparamos este texto com algumas discussões e reflexões a este respeito que podem te fornecer algumas pistas de como atravessar uma crise Neste artigo, exploraremos o significado mais profundo da palavra "crise" e como podemos encará-las como encruzilhadas que nos convidam a tomar decisões, amadurecer e desenvolver habilidades emocionais.


A origem da palavra "crise"

Para compreendermos melhor o verdadeiro significado de uma crise, vamos explorar sua etimologia. A palavra "crise" tem origem tanto no latim quanto no grego. No latim, "crisis" é derivada do grego "krisis", que carrega consigo o conceito de "decisão" ou "julgamento". Interessantemente, a palavra "crisis" também está associada ao termo grego "krisis", que significa "encruzilhada". Essa dupla origem revela uma perspectiva intrigante: uma crise não é apenas um momento de dificuldade, mas também uma oportunidade para tomarmos decisões cruciais em nossa jornada.


Crises como encruzilhadas

Quando nos deparamos com uma crise, sentimos a pressão de escolher um caminho a seguir. Assim como uma encruzilhada, a crise nos apresenta diferentes direções a serem exploradas. Ela nos convida a repensar nossas escolhas, avaliar nossos valores e redescobrir nossos objetivos. Nesse contexto, encarar uma crise como uma encruzilhada nos permite adotar uma postura proativa, abraçando a oportunidade de direcionar nossa vida de uma maneira mais alinhada com nossos desejos e propósitos.


Enxergando além

A maioria das crises pode parecer devastadora principalmente porque quando estamos submetidos a níveis tão elevados de atenção, desgaste, estresse ou ansiedade, nossa capacidade de perceber a realidade pode ficar severamente distorcida. Isso nos leva a uma percepção de que as experiências negativas que estamos vivenciando em determinado momento da vida durarão para sempre. Embora isto possa ser um pouco desafiador de ser colocado em prática, é importante lembrar que este momento irá acabar eventualmente, como um trecho de turbulência em uma viagem de avião.


É possível enxergar melhor através das crises se você conseguir avaliar o que este momento significa para você. É importante lembrarmos que nosso processo de desenvolvimento é repleto de crises biológicas, sociais e emocionais. Algumas crises são inevitáveis e parte integrante da experiência humana.


Crises evolutivas e acidentais

Podemos chamar de crises evolutivas aquelas relacionadas a processos normais do desenvolvimento físico, emocional ou social. Na passagem de uma fase à outra da

vida, a conduta da pessoa pode se encontrar "solta" de referenciais e padrões. Estamos falando aqui de um período transitório, quando o indivíduo perderia sua caracterização anterior sem, no entanto, adquirir uma nova organização. Na hipótese de os conflitos gerados não serem bem absorvidos ou elaborados, é possível que tenhamos um cenário propício ao adoecimento mental.


Já as crises acidentais são aquelas precipitadas por alguma perda ou risco (desemprego, separação conjugal, falecimento de uma pessoa querida etc.). A perturbação emocional ocasionada pela crise provocaria eventualmente o surgimento de alguma enfermidade mental, assim, torna-se um momento estratégico de intervenção preventiva, na medida em que, em contrapartida, a crise pode ser encarada como uma possibilidade de crescimento

para o indivíduo.


Aprender com as crises

Além de serem momentos de tomada de decisões, as crises nos proporcionam oportunidades de crescimento pessoal. Ao enfrentar desafios e superar obstáculos, somos confrontados com nossas limitações e sombras internas. No entanto, é nesse confronto que temos a chance de aprender lições valiosas sobre nós mesmos e sobre a vida. As crises nos convidam a desenvolver habilidades emocionais, como resiliência, flexibilidade e autoconsciência, que nos fortalecem para lidar com situações futuras de forma mais madura e confiante.


Aqui estamos falando sobre crises no sentido de experiência de vida, mas também falamos em crises de ansiedade, por exemplo. Neste caso, estamos falando de uma manifestação bastante aguda de sintomas psicológicos e fisiológicos. As crises de ansiedade são experiências terríveis para quem as vivencia, mas é importante lembrar que elas sempre vão passar. E aqui também é importante pensarmos como as crises de ansiedade podem lhe ensinar sobre si mesmo, sobre como você está se afetando por acontecimentos ao seu redor e sobre seus próprios limites.


Transformando a perspectiva

Mudar nossa perspectiva em relação às crises não significa minimizar o impacto emocional que elas podem ter. É normal sentir medo, tristeza ou ansiedade diante de momentos turbulentos. No entanto, ao adotarmos uma visão mais ampla, reconhecendo as crises como oportunidades de transformação, abrimos espaço para o crescimento e o desenvolvimento pessoal. Encarar as crises como encruzilhadas nos permite abraçar a jornada do autoconhecimento, descobrindo novos horizontes e possibilidades em meio aos desafios.


Conclusão

As crises são parte inevitável da vida humana. No entanto, é importante lembrar que elas não são meramente obstáculos a serem superados, mas sim encruzilhadas que nos convidam a tomar decisões e a evoluir. Ao reinterpretar o significado de crises e enxergá-las como oportunidades de crescimento pessoal, podemos transformar momentos difíceis em experiências enriquecedoras. Portanto, abrace as encruzilhadas que a vida apresenta, aprenda com as crises e permita-se trilhar caminhos que o conduzirão a uma versão mais forte e autêntica de si mesmo.


Esperamos que este texto possa ter te dado algumas oportunidades de perceber as crises sob outros pontos de vista. E lembre-se que pedir ajuda não é motivo de vergonha algum! Convidamos você a saber um pouco mais sobre psicoterapia aqui no nosso site.

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Lucas Delfin é Especialista em Psicologia Social e pós-graduando em Semiótica e Análise do Discurso.

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