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Foto do escritorMirela Poletti

Quando um psicólogo não serve para você

Atualizado: 10 de jul. de 2023



Se você perguntar para qualquer pessoa o que é um atendimento médico bom ou ruim, a resposta estará na ponta da língua. Atendimentos extremamente breves, pouco interesse sobre os sintomas ou sobre o bem-estar do paciente, e muitos profissionais sequer olharão na sua cara. Ao longo da vida temos contato com um significativo número de médicos e médicas, de forma que conseguimos ter parâmetros para avaliar o atendimento de cada profissional.


Com a psicologia a coisa já é diferente, uma vez que a maioria das pessoas nunca foi atendida por um profissional da área. Dentro da diversidade de profissionais que você pode encontrar, pode ser que em algum momento você cruze com um psicólogo ou uma psicóloga que não vai conseguir fazer um bom trabalho com você e é importante você identificar alguns pontos para melhor perceber isso. Aqui estão algumas dicas para ajudá-lo a tomar uma decisão:


1. Dificuldade de comunicação

Comunicação é fundamental em qualquer relacionamento, e na terapia não é diferente. O diálogo é essencial para o desenvolvimento da análise e se você perceber que está havendo uma dificuldade de compreensão de ambas as partes, talvez seja o momento de questionar o quanto a terapia com esse psicólogo está progredindo. Comunique a ele a sua insatisfação e assim vocês poderão conversar sobre o assunto, o que pode levar a uma melhora na maneira como vocês se comunicam ou pode permitir o encerraramento do acompanhamento de forma transparente e madura.


2. Falta de conhecimento ou experiência

O psicólogo só vai conseguir caminhar junto ao processo emocional do paciente, se também estiver caminhado em seu próprio processo, ou seja, é importante que o seu psicólogo esteja em análise pessoal também. Todos nós temos limites emocionais e cabe aos profissionais da psicologia se comprometerem com o seu próprio desenvolvimento emocional para conseguirem compreender e acolher melhor a demanda afetiva do paciente. A graduação em Psicologia propicia a base necessária para que o profissional desenvolva o trabalho na clínica, porém cabe a ele ou a ela seguir buscando conhecimento com formações dentro da sua área de interesse. Caso você tenha algum diagnóstico especifico e se sinta mais seguro se o profissional tiver mais estudo no assunto, é importante você pesquisar sobre a formação do mesmo.


3. Julgamento

Um psicólogo que julga ou critica suas escolhas pode ser prejudicial para a sua saúde mental. É importante que um psicólogo respeite suas decisões e não tente impor suas próprias crenças ou valores. Caso você sinta que foi discriminado por algum profissional, você pode fazer uma denúncia dentro do Conselho Regional de Psicologia que o psicólogo está cadastrado.


4. Falta de confidencialidade

A confidencialidade é fundamental em qualquer relação terapêutica. Um psicólogo que não respeita sua privacidade ou compartilha informações confidenciais pode violar a ética profissional e pode não ser adequado para a terapia. No atendimento de menores de idade a confidencialidade é mantida, porém o manejo desse processo terapêutico é diferente, tendo o psicólogo a obrigação de participar os responsáveis legais para orientações de cuidado do menor em análise.


5. Incompatibilidade pessoal

Por fim, a química pessoal é importante em qualquer relação terapêutica. Se você sente que seu psicólogo não está se conectando emocionalmente com você ou não está ouvindo seus problemas isso pode gerar um desconforto muito grande e o processo de análise poderá não fluir de maneira aceitável para você, talvez seja hora de procurar outro profissional.


Conclusão

Encontrar o psicólogo certo pode ser um processo de tentativa e erro. Não tenha medo de buscar uma segunda opinião ou mudar de psicólogo se sentir que não está fazendo progresso em sua terapia. Lembre-se de que a maioria dos psicólogos segue rigorosos padrões éticos e profissionais, mas é importante estar atento aos sinais de alerta para garantir que você está recebendo o melhor suporte possível.


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Mirela Poletti é Especialista em Psicologia Clínica Junguiana.

Este breve texto contou com a colaboração de Lucas Delfin.

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